segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tudo bem?



Quando perguntam “tudo bem?” a maioria das pessoas não está preparada para ouvir, qualquer coisa diferente de “sim, tudo bem e com você?”. A verdade é que a maioria, não está nem interessado de fato na resposta, seja qual for ela... Certifique-se de ter alguém por perto, que se importa tanto com você, que seja capaz de suportar o seu “não, não está tudo bem”...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Retorno...



 






Sabe, eu te entendo... entendo de verdade, ás vezes a gente precisa pegar a contramão pra perceber que já estava trilhando o caminho certo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Ela: parte I.



Angústia

"Chamamos de angústia a forte sensação psicológica, caracterizada por "abafamento", insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é considerada uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos."


Desde aquele dia fatídico, se assim posso chamar, Ela chegou. Pequenininha, discreta, mas implorando por atenção, como criança chata que fica puxando a saia da mãe, quando ela está ocupada. Fiz minha parte, a ignorei, na crença que logo Ela cansaria e iria embora. Mas não, Ela não foi, apesar da minha indiferença fez questão de se apresentar e dizer que ficaria por ali mesmo.
A ignorei por dias, cheguei a fingir que Ela não estava ali e segui em frente, pensei que logo Ela morreria já que eu me recusava a alimenta-la. Mas não, Ela se mostrava inabalável.
Coincidência ou não, notei que após sua chegada, aquela certeza que me acompanhou durante quase 22 meses, pouco a pouco foi se esvaindo. Senti que escapava de mim, como a um acidentado que sofrerá de hemorragia. De maneira rápida e intensa, e eu não fazia a mínima ideia do que fazer para impedi-la.
E como eu amava a minha certeza, a nossa certeza aliás. Sempre me enchia, me tomava e eu me deixava dominar pela segurança que a certeza me proporcionava. Ficava  admirando sua imensa capacidade de crescer e cada vez mais, me dar motivos para sorrir.
Certo dia acordei e constatei, definitivamente não estava mais ali, minha certeza havia ido embora sem deixar vestígios, e em seu lugar brotavam uma cascata de dúvidas e interrogações. Multiplicavam-se como que por meiose, numa velocidade a qual eu não conseguia sequer acompanhar.
Enquanto isso, eu mal notara, mas ela havia crescido. Minhas dúvidas e interrogações as alimentava. De pequena Ela já não tinha nada. Passou a surgir a noite, quando eu decidia que ia dormir, ela aparecia e dizia que ainda não era hora. Impiedosa, passou a me fazer chorar e não sossegava enquanto não me esvaziasse por completo.
O dia amanhecia, e por um breve momento eu esqueci que Ela havia dormido comigo. Me sentia disposta a ignora-la novamente, mas bastava a primeira olhada do dia, no espelho, para que ele me lembrasse, através de meus olhos inchados e olheiras proeminentes, que eu não deveria e nem iria esquecê-la. Na verdade, Ela passou a me acompanhar todo o resto do dia. O dia todo, todo dia...
Ficará cada vez mais forte e tinha vontade própria. Localizava-se onde bem queria. Na maioria das vezes gostava de sentar na minha garganta, e só saía quando eu estava prestes a sufocar. Outrora escolhia o estômago como lugar predileto, e se esgueirava por sua boca, me causando dores que antes eu julgava não poderem ser físicas, só sentimentais. Mas o seu lugar favorito... ah o seu lugar favorito, era o coração! Fazia dele sua moradia e por horas recusava-se a ir em bora, de tão grande, Ela mal cabia naquele coração minúsculo, deixando-o extremamente apertado. Doía, como doía...
Meus dias passaram a ser divididos com Ela... quando algo me dizia que eu poderia abandona-la, que bastava eu querer, Ela vinha sorrateira e sempre zombeteira, sorrindo me dava um direito no queixo, me nocauteando mais uma vez.
Eu chorava e implorava para algo maior que fosse no Cosmos, pedindo pra que ela fosse embora... Sentada em minha cama, Ela soprava a fumaça de seu cigarro em meu rosto, desafiadora, afirmava: meu bem, eu vim para ficar.