Um dia você
me perguntou, ‘”meu amor, porque não escreves mais?” Sorri, pensei... Não soube
responder e justifiquei como sendo a eterna falta de tempo.
Mentira!
Eu sabia que era uma mentira deslavada, mas ainda não tinha tomado
ciência da verdade.
E a verdade é... que eu não sofro mais. Simples assim.
Quantas vezes eu recorri ao papel, na tentativa de exorcizar meus
sentimentos. Quem, se não ele poderia aceitar calado, aquilo tudo que eu
gostaria de falar gritando.
Eu sofria. Sofria calada e o meu único interlocutor era uma folha em
branco. O sofrimento era meu combustível... Sofria e sofria.
Sofria por quem não me amava,
sofria por quem não me queria, sofria e apenas escrevia.
Eis que o que era pranto transformou-se em riso e do sofrer... até essa
palavra eu passei a desconhecer.
Parei de sofrer, parei de escrever.
Minha boca tinha ânsia de falar, o que por tempos ela não ousou
proferir, simplesmente por que não havia alguém digno de escutar.
Um “eu te amo”, límpido, claro, forte e expurgador! Seus ouvidos
passaram a ser bálsamos, para esse sentimento que outrora fora tão maltratado.
Se ontem meu combustível era a dor, sem dúvidas, cheguei a conclusão
que hoje! Muito mais potente do que ele, é o AMOR.
Voltei, mais firme e mais forte do que antes.