Nós passaríamos tardes em meio a lençóis, cafés, amor, corpo desnudo, mordidas, vinis e risadas. Passearíamos de mãos dados pela praia no fim de tarde, e essa seria nossa aliança. Cada vez que olhasse o mar eu me lembraria de você e você de mim. Do nosso amor.
Meus amigos seriam teus, teus amigos seriam meus, e nós teríamos uma imensa família feliz, de irmãos escolhidos a dedo. Você jantaria na minha casa aos sábados e eu almoçaria na sua casa aos domingos. Eu cozinharia pra ti teu prato favorito e em troca pediria em beijos, a quantidade de ingredientes.
Nós seriamos dois jovens-velhos-ranzinzas e riríamos juntos toda vez que chegássemos a conclusão que essa juventude está perdida. Espirros, tosses e crises alérgicas. Eu cuidaria de você e bancaria a chata repetindo infinitamente que você precisaria ir ao médico, melhor, eu te levaria ao médico.
Cabeça dura.
E nós brindaríamos ao nosso amor, hora com café, hora com chá, hora com belas doses de Jack Daniel´s. E Chico teria cantado “Gosto de você chegar assim. Arrancando páginas dentro de mim...” e nós teríamos nos beijado, aquele beijo longo e sôfrego. O vinil teria chiado e nós teríamos adormecido.
Teríamos, viveríamos, amaríamos... do Futuro do Pretérito e nisso não tem nada de perfeito.
Presente, apenas o presente.